top of page
Buscar

Apneia do sono, obesidade e testosterona: quando o corpo perde o ritmo do descanso e dos hormônios

  • Foto do escritor: Lucas Ocko Cabral
    Lucas Ocko Cabral
  • 29 de jun.
  • 2 min de leitura


A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma condição comum e frequentemente subdiagnosticada, caracterizada por pausas repetidas na respiração durante o sono. Ela está fortemente associada à obesidade e, em homens, à queda dos níveis de testosterona — criando um ciclo silencioso de prejuízos à saúde metabólica e hormonal.


O que é a apneia do sono?

A SAOS ocorre quando os músculos da garganta relaxam de forma excessiva durante o sono, causando obstrução parcial ou total da via aérea. Isso interrompe a respiração por segundos a minutos, levando a microdespertares noturnos que fragmentam o sono e impedem o repouso reparador.


Principais sintomas

  • Roncos altos e frequentes

  • Sonolência durante o dia

  • Dores de cabeça matinais

  • Cansaço crônico, irritabilidade e lapsos de memória

  • Queda da libido e desempenho sexual


A relação com a obesidade

A obesidade é o principal fator de risco para apneia do sono. O acúmulo de gordura na região cervical e abdominal contribui para o estreitamento das vias aéreas superiores e alterações na mecânica respiratória. Estima-se que:

  • Até 70% dos pacientes com obesidade grau 2 ou 3 tenham algum grau de apneia do sono

  • Em muitos casos, a apneia não é percebida pelo paciente, apenas por familiares ou parceiros


Testosterona e apneia: um ciclo vicioso

Homens com apneia do sono apresentam frequentemente níveis reduzidos de testosterona, especialmente se também convivem com sobrepeso ou obesidade.

Além disso:

  • A falta de sono profundo prejudica a produção noturna de testosterona, que ocorre principalmente durante o sono REM

  • A baixa testosterona leva à redução de massa muscular, ganho de gordura abdominal, cansaço e disfunção sexual

  • Em alguns casos, o uso inadequado de reposição hormonal sem tratar a apneia pode piorar os sintomas respiratórios


Por isso, é fundamental que qualquer tratamento com testosterona seja precedido por uma avaliação do sono, especialmente em homens com sintomas compatíveis ou obesidade central.


Como diagnosticar?

O diagnóstico da apneia é feito por meio de um exame chamado polissonografia, que registra os eventos respiratórios, oxigenação do sangue e estágios do sono.

O endocrinologista, em parceria com o pneumologista ou otorrinolaringologista, pode orientar essa investigação.


E o tratamento?

  • Perda de peso gradual e sustentável é uma das intervenções mais eficazes

  • Uso de CPAP (aparelho que mantém a via aérea aberta durante o sono)

  • Tratamento de eventuais alterações hormonais associadas

  • Cuidados com postura ao dormir, álcool e sedativos

  • Em alguns casos, cirurgia ou dispositivos orais


Conclusão

A apneia do sono vai muito além do ronco. Quando associada à obesidade e à deficiência de testosterona, cria um ciclo silencioso de exaustão e prejuízo metabólico. O acompanhamento médico é essencial para recuperar a energia, o sono de qualidade e a saúde hormonal.


👨‍⚕️ Se você sente cansaço excessivo, ronca muito ou apresenta sintomas de testosterona baixa, procure um especialista. Um diagnóstico simples pode transformar sua saúde e qualidade de vida

 
 
 

Comments


bottom of page