Fundo genético e obesidade: a herança que influencia, mas não determina
- Lucas Ocko Cabral
- 29 de jun.
- 2 min de leitura
A obesidade é frequentemente tratada como uma simples consequência de maus hábitos — mas essa visão ignora um componente essencial: o fundo genético. Estudos científicos demonstram que a genética desempenha um papel significativo no peso corporal, no metabolismo e até no comportamento alimentar.
Entender esse fator é fundamental para oferecer um tratamento mais justo, eficaz e personalizado.
O que significa “fundo genético” na obesidade?
O fundo genético refere-se à predisposição herdada dos pais, que influencia como o organismo armazena gordura, regula a fome e responde aos alimentos e exercícios.
Em termos práticos, algumas pessoas:
Sentem mais fome ou menos saciedade após as refeições
Têm um metabolismo naturalmente mais lento
Acumulam gordura com mais facilidade, especialmente na região abdominal
Apresentam resistência à insulina mesmo com peso corporal normal
Têm maior propensão à compulsão alimentar, ansiedade ou apetite noturno
O que dizem os estudos?
📊 Pesquisas com gêmeos e famílias mostram que a hereditariedade da obesidade varia de 40% a 70%.📌 Cerca de 100 genes já foram associados à regulação do apetite, gasto energético e armazenamento de gordura.🧬
Um dos genes mais estudados, o FTO, está relacionado ao maior risco de obesidade e ao apetite elevado.
“Mas se é genético, então não tem o que fazer?”
Essa é uma pergunta comum — e a resposta é não! A genética influencia, mas não determina sozinho. O ambiente, os hábitos e o estilo de vida continuam sendo fatores fundamentais.
O que muda é a forma como cada organismo responde a esses fatores.
Por isso, a personalização do tratamento é essencial. Um plano que funciona para uma pessoa pode ser ineficaz (ou até prejudicial) para outra com perfil genético diferente.
Como o médico pode ajudar?
🔎 Avaliando histórico familiar e características individuais🧪 Solicitando exames que avaliem o metabolismo, hormônios e composição corporal📊 Estabelecendo metas realistas de perda de peso e qualidade de vida⚖️ Ajustando dieta, medicação e abordagem com base na resposta do corpo🧠 Trabalhando também os aspectos emocionais e comportamentais da alimentação.
Conclusão
Obesidade não é preguiça, falta de força de vontade ou desleixo. Em muitos casos, é a manifestação de uma genética sensível em um ambiente desfavorável. Julgar o paciente é ineficaz — o que funciona é entender, acolher e tratar com ciência e estratégia.
👨⚕️ Se você convive com o excesso de peso e sente que seu corpo “resiste” a emagrecer, saiba que isso pode ter base genética — e que sim, existe tratamento possível e respeitoso para o seu caso. Agende sua consulta
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